A estudante da 5ª fase de Direito na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Suellem Silva, usou as redes sociais para denunciar a falta de estrutura na moradia estudantil da instituição.
No relato, publicado no Instagram, nessa quarta-feira (16), a universitária conta que não há água, luz nos corredores e gás nos alojamentos, que são disponibilizados para cerca de 150 estudantes.
“Hoje, eu abri a torneira para pegar água para tomar e a água saiu amarela. Sabe água de esgoto? E vai chegar o frio e a gente não vai ter água para tomar banho porque não tem água quente”, conta Suellem, no vídeo que caracterizou como um desabafo.
A estudante afirma ainda que reside na moradia estudantil porque não possui ajuda financeira dos responsáveis, já que sua mãe trabalha como gari. “A minha mãe é gari, não tem condições de me mandar um real, então eu tenho que me submeter a isso se eu quiser me formar no curso. Sensação de impotência”, declara.
Segundo a universitária, os estudantes que vivem no edifício, localizado no bairro Carvoeira, sofrem com falta de água, luz, gás e vazamentos constantes. Além de lidar com a precariedade da moradia estudantil, os alunos ainda precisam entregar boas notas para passar de fase.
“Eu tô tão cansada porque é uma humilhação tão grande você ter que viver aqui abandonado. Tu tem que entregar um índice acadêmico grande na faculdade porque tu não está aqui de graça, tu está aqui para estudar e eu fico tão indignada”, diz Suellem Silva no vídeo.
A acadêmica de Direito pontua, ainda, que não reside no local por opção, mas por uma necessidade. “O auxílio aluguel que eles dão é de R$ 300. Então, no meu caso, eu não tenho opção. Ou eu fico aqui, ou eu saio da faculdade porque se eu sair daqui, da moradia, eu não vou conseguir me manter”, relata.
Conforme o índice FipeZap+, publicado em março de 2025, morar em Florianópolis, em um imóvel alugado perto da UFSC, está R$ 118% mais caro do que no ano anterior. O preço do aluguel por metro quadrado no bairro Trindade passou de R$ 28,8/m² para R$ 62,9 /m².
Contraponto
Em nota, a PRAE (Pró-Reitoria da Permanência e Assuntos Estudantis), responsável pela manutenção da moradia estudantil, respondeu que, na quinta-feira (17), foi constituído um Grupo de Trabalho para “analisar as demandas da Moradia Estudantil e encaminhar soluções para os problemas apontados”.
A comissão, segundo a nota, é formada por representantes da PRAE, PU (Prefeitura Universitária), SECOM (Secretaria de Comunicação) e DCE (Diretório Central dos Estudantes). O primeiro encontro do GT acontece nesta quinta-feira.
Com informações de ND+.